terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Petrobras apresenta Plano de Negócios para a área de Gás e Energia

Estão previstos US$ 10,6 bilhões de investimentos na área até 2013

A área de Gás e Energia da Petrobras prevê investimentos de US$ 10,6 bilhões no Plano de Negócios (PN) 2009-2013. O volume é 70% superior ao previsto no PN 2008-2012, que foi de US$ 6,2 bilhões.

Do total previsto para investimento entre 2009 e 2013, US$ 5,2 bilhões serão em novos projetos; e US$ 5,4 bilhões, em projetos em andamento. Os objetivos são fortalecer a liderança da companhia no mercado brasileiro de gás natural, com atuação internacional, e ampliar o negócio de geração de energia elétrica no país, estabelecendo flexibilidade no suprimento e no atendimento às demandas, bem como flexibilizando a oferta aos mercados térmico e não-térmico.

Dos investimentos no PN 2009-2013, US$ 8,2 bilhões serão destinados à conclusão de obras de expansão das malhas Sudeste e Nordeste e à construção de novos terminais de gás natural liquefeito (GNL). Um total de US$ 2,4 bilhões será investido na conclusão de usinas termelétricas e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), e na participação em novos negócios em energia elétrica, incluindo usinas eólicas.

Suprimento

Para 2013, a Petrobras tem como meta atender uma demanda de 135 milhões m³/dia de gás natural. Este volume será distribuído da seguinte forma: 49 milhões m³/dia para o mercado termelétrico; 41 milhões m³/dia, industrial; e 45 milhões m³/dia para outro usos (veicular, residencial, comercial e consumo interno da área de Abastecimento). Em 2008, o consumo de gás natural total foi de 58 milhões m³/dia. De 2009 a 2013, a produção nacional de gás natural passará de 32 milhões m³/dia para 73 milhões m³/dia.

Para atender a demanda projetada para 2013, a meta da Petrobras é ofertar 73 milhões m³/dia da produção nacional, manter a importação de 30 milhões m³/dia da Bolívia e complementar a oferta com 32 milhões m³/dia via GNL.

Estratégias PN 2009-2013

As estratégias do segmento Gás e Energia contidas no PN 2009-2013 são:

- Agregar valor ao uso do gás natural na monetização das reservas da Petrobras;
- Assegurar flexibilidade para a comercialização de gás natural nos mercados termelétrico e não-termelétrico;
- Equilibrar o binômio competitividade e rentabilidade do gás natural frente aos energéticos concorrentes;
- Atuar de forma global e verticalizada no mercado de GNL;
- Consolidar o negócio de energia elétrica, de forma competitiva e rentável, otimizando o parque de geração elétrica; e
- Investir em geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis


O PN 2009-2013 traz ações que representarão a conclusão do primeiro ciclo da área de Gás e Energia, criada em 2000. Este primeiro ciclo, que termina em 2010, é marcado pela implantação de projetos que permitirão a consolidação do gás natural na matriz energética brasileira, evidenciado pela entrada em operação do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), pelo crescimento do consumo do mercado não-termelétrico nesse período, pela diversificação das fontes de suprimento, por meio de terminais de GNL, e pelo aumento do parque de geração de energia elétrica.

Na Petrobras, o crescimento na capacidade instalada de geração de energia ocorreu primeiro, com a conclusão, até 2004, dos projetos que faziam parte do Programa Prioritário de Termelétricas (PPT), e, posteriormente, com a construção e incorporação de novas usinas a gás natural, óleo diesel e óleo combustível, já dentro do novo modelo de contratação do setor elétrico - o Ambiente de Contratação Regulado (ACR), estabelecido pela Lei 10.848, de 2004.

Neste primeiro ciclo foram realizados investimentos para o aumento da oferta de gás nacional - como o Plangás -, na ampliação e integração da malha de gasodutos e na implantação dos dois primeiros terminais de regaseificação de GNL do Brasil.

A malha de gasodutos passou de 5.451 km de extensão, em 2003, para 6.933 km, em 2008. Até 2010, atingirá 9.228 km de extensão. O parque de geração de energia elétrica, que encerrou 2008 com 5.899 MW de capacidade instalada, terá 7.135 MW, em 2010. O terminal de GNL de Pecém (7 milhões m3/dia) está em operação comercial; e o da Baía de Guanabara (até 20 milhões m3/dia), em fase de testes.

O segundo ciclo de investimentos da área de Gás e Energia será marcado pela expansão do fornecimento de gás natural para novas usinas termelétricas com a opção de colocação do gás nos mercados interno e externo, liquefazendo-o.

O PN 2009-2013 prevê investimentos para escoamento da produção do pré-sal, construção de novos terminais de GNL e de usinas de geração de energia elétrica.

Novos Projetos em gás natural e energia elétrica

Entre os novos projetos na área de gás natural, o destaque é a construção de novos terminais de GNL, devendo o terceiro, com capacidade de 14 milhões m3/d, estar operando até 2013 e o quarto terminal imediatamente após.

Outros projetos serão desenvolvidos neste período, como a unidade de liquefação flutuante, denominado "GNL embarcado", apontado como uma opção logística para o escoamento do gás do pré-sal destinando sua produção aos terminais de regaseificação instalados na costa brasileira e até para exportação nos períodos em que a demanda termelétrica estiver reduzida ou o mercado interno, chamado "mercado secundário" ou "mercado spot", não demandar volumes adicionais, por determinados períodos.

Outro projeto em desenvolvimento com vistas ao amadurecimento da integração entre os setores de gás natural e energia elétrica é a planta de GNL on-shore. Esta unidade - de importação, estocagem e exportação de GNL para os mercados interno e externo - estará sendo concebida com o objetivo de balancear e otimizar a volatilidade das operações de gás natural para geração termelétrica.

Também estão previstas a construção de mais 307 km de gasodutos e a instalação de estações de compressão. O objetivo é permitir o escoamento da produção do pré-sal e reforçar a capacidade de transporte da malha existente no Sudeste e no Nordeste. Estes novos projetos demandarão investimentos de US$ 3,7 bilhões, no período de 2009 a 2013.

Na área de energia, a Petrobras planeja consolidar sua participação como agente neste mercado, participando de futuros leilões de energia elétrica, equilibrando o binômio competitividade-rentabilidade da geração a gás natural. A estratégia da companhia também contempla investimentos em fontes renováveis.

Como direcionadores de sua atuação nos negócios de energia, a participação da companhia pode se dar como fornecedora de gás natural para usinas de terceiros, prestadora de serviços de logística (shipping GNL, regaseificação GNL/GNC e transporte GNC), geradora de energia elétrica em unidades próprias ou uma combinação das opções citadas, considerando, inclusive, a busca de parcerias estratégicas com outros agentes. Os investimentos em projetos novos no segmento energia elétrica somam US$ 1,4 bilhão.

Em 2013, os compromissos assumidos pela Petrobras, como geradora de energia elétrica e fornecedora de gás natural para termelétricas alcançarão 8.787 MW. Deste total, 6.659 MW referem-se ao montante de energia existente e 2.128 MW, aos leilões de energia A-3 e A-5, realizados em 2007 e 2008.

Projetos em andamento em gás natural e energia elétrica

Na carteira de projetos em andamento, o Plano de Negócios 2009-2013 contempla a conclusão de 10 obras de gasodutos (2.543 km de extensão), a instalação de novas estações de compressão e pontos de entrega, e a ampliação da capacidade do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) entre São Paulo e Paraná, por meio de novas estações de compressão. Os investimentos previstos nestes projetos são de US$ 4,52 bilhões.

Entre os principais projetos em andamento está o terceiro e último trecho do Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene), o Cacimbas (ES) - Catu (BA), com 946 km de extensão. A obra já conta com 53% da construção e montagem concluída e deve ser finalizada no primeiro semestre de 2010. O empreendimento permitirá a interligação das malhas das duas regiões.

Também serão concluídas as obras de cinco PCHs (125,4 MW), cinco usinas termelétricas (a gás natural, óleo diesel e óleo combustível, totalizando 973 MW) e a instalação de ciclo combinado de duas unidades (Luis Carlos Prestes, no Mato Grosso do Sul, com 262 MW; e Sepé Tiarajú, no Rio Grande do Sul, com 161 MW). Estes empreendimentos demandarão investimentos de US$ 926 milhões.

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