Inovação tecnológica, que facilita aprendizado, é usada em Santa Gertrudes e outras cidades
Enquanto na capital paulista ainda se investe nos retroprojetores para as salas de aula da rede municipal de ensino, muitos municípios do interior estão investindo em lousas digitais, também conhecidas como lousas interativas.
Em Santa Gertrudes, uma cidade com pouco mais de 20 mil habitantes, essa tecnologia já é uma realidade. A cidade começa o ano letivo com 14 lousas, distribuídas por todos os colégios públicos, o que beneficia 4.452 alunos, do Pré I ao 9º ano. De acordo com a secretária de Educação do município, Edna Buoro, "essa tecnologia, pelos inúmeros recursos que oferece, trará vantagens no aprendizado e permitirá melhor interatividade entre os professores e os alunos. Para alguns alunos, será o primeiro contato com a informatização em sala de aula".
Mais de 20 cidades do Estado de São Paulo investem nessa ferramenta. Campo Limpo Paulista, a cidade com o maior número de lousas, 43, também utiliza 1.500 Classmates PC (laptop especialmente desenvolvido para uso educacional). Tatuí está começando o ano letivo com 22 quadros interativos, e Bariri, com 5.
Para funcionar, a lousa digital deve ser conectada a um computador (e à internet) e a um projetor. Os professores podem usar canetas especiais ou os próprios dedos como mouse.
O quadro interativo foi inventado no final da década de 80 pelos professores canadenses David Martin e Nancy Knowlton, que fundaram a Smart Technologies para vender o equipamento às escolas. Com a chegada da internet, o conceito explodiu. Mas ainda hoje a lousa é pouco utilizada nas escolas do Brasil por causa do preço, cerca de R$ 17 mil, apesar de estar bem mais acessível que há dois anos.
De acordo com João Roberto Moreira Alves, presidente da Associação Brasileira de Tecnologia Educacional (ABT), "o professor ainda mantém vínculos muito fortes com os métodos tradicionais de ensino. Mas quando a instituição avança tecnologicamente, os professores são levados a acompanhar a evolução", ressalta o presidente. De acordo com o especialista, citado no site da ABT, o Brasil está em posição de atraso em relação aos países da Europa quando o assunto é tecnologia educacional. O que existe aqui, na maioria dos casos, são instituições que disponibilizam laboratórios de informática, numa média de 70 a 80 alunos por equipamento, e na sala de aula, projetores e o velho quadro negro.
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