Mônica Guimarães, 15 anos, cadeirante, pratica todos os esportes nas aulas de Educação Física. Colegas de classe jogam com regras modificadas para que a aluna esteja inserida nas atividades
A palavra inclusão está por todos os lados, pois esta é uma das maiores características do século XXI, isto é, a busca da inclusão e interação dos mais limitados ou menos favorecidos em algum aspecto. Diante disso, observa-se a inclusão em suas mais variadas formas, para níveis sociais e educacionais, para portadores de deficiência física, idosos ou minorias raciais entre outras que não têm acesso a várias oportunidades.
E por mais que o tema esteja em alta, especialmente no quesito educação, são poucas ainda as redes educacionais que oferecem unidades tanto com estrutura física como pedagógica para alunos com necessidades especiais. Felizmente, algumas já estão prontas neste sentido e recebem a todos, indistintamente.
Este é o caso da rede de Educação Adventista da zona Sul de São Paulo que conta com unidades preparadas para a inclusão social e vai além, conta com profissionais capazes de cumprir as exigências curriculares de maneira personalizada para atendimento do aluno especial.
A professora de Educação Física do colégio Adventista de Interlagos - Maria Conceição, por exemplo, adaptou todas as modalidades esportivas para que a aluna Mônica Guimarães, cadeirante, pudesse participar das aulas, normalmente, e em plena interação com os demais alunos.
O nascimento prematuro de Mônica, aos seis meses de gestação apenas, resultou em problemas motores, por isso a dificuldade de andar e o auxílio de uma cadeira de rodas. No entanto, isso não é impedimento para que ela participe das aulas de educação física, as quais diz a aluna, serem as preferidas. "Estudo aqui há cinco anos e me sinto muito bem, pois não fico de fora de nada. Os professores dizem que sou uma boa aluna, mas em questão de preferência, a aula de que mais gosto é educação física", diz Mônica Guimarães, 15 anos.
O gosto de Mônica pelas aulas de Educação Física parece ironia, mas, na verdade é reflexo da execução da educação magna, que inverte possíveis obstáculos em desafios a serem superados, desafios que instigam o profissionalismo e a criatividade de um corpo docente dedicado à arte de ensinar.
Mônica joga basquete, vôlei, futebol de salão, entre outros esportes, todos com regras especiais, assim como ela. "O mais interessante é ver que a turma dela aceita jogar com regras diferentes sem nenhum problema. Sinto que minha filha está bem acolhida aqui. A cada dia, o colégio observa novas demandas de Mônica e procura ajustar tudo para o maior conforto dela. Levei mais de oito meses para achar uma escola com estrutura para a Mônica, mas a luta e o sofrimento valeram as penas", destaca Maria Isabel Guimarães Santos, mãe da aluna.
Além de adaptar modalidades para Mônica, a professora de Educação Física do colégio Adventista de Interlagos leva suas turmas para conhecerem locais como a AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente. "Meu objetivo é que meus alunos conheçam mais de perto a realidade de crianças com necessidades especiais. A presença da Mônica aqui já nos ensina muito, mas é importante levá-los para que aprendam a respeitar e desenvolvam o hábito de cooperarem com os mais limitados", ressalta Maria Conceição.
O colégio Adventista de Interlagos, além de Mônica, que é cadeirante, atende alunos com síndrome de Down, Xfrágil (também uma síndrome cromossômica), paralisia cerebral, deficiência mental, deficiência aditiva, entres outros. A rede Adventista de Educação, por meio do aperfeiçoamento de suas unidades vem mostrando que é possível oferecer acessibilidade e qualidade, simultaneamente, fazendo valer a premissa de educação para todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário