quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Artista catarinense conquista Prêmio Júri Popular no 39º Salão de Humor de Piracicaba
Caricatura de Winston Churchill, assinada por Fabrício “Manohead” Rodrigues Garcia, foi a mais votada pelo público na internet
Com 1.396 votos, Fabrício Rodrigues Garcia, o Manohead, ficou em primeiro lugar na votação pública para a escolha do Prêmio Júri Popular Alceu Marozi Righetto no 39º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. O caricaturado que rendeu ao artista catarinense o prêmio de R$ 5.000 foi o estadista inglês Winston Churchill.
Concorreram ao prêmio, criado por lei municipal em 2012, 11 menções honrosas escolhidas pelo júri de premiação. A votação, que somou 3.471 participações, aconteceu por meio do site oficial do evento (www.salaodehumor.piracicaba.sp.gov.br) entre os dias 28 de agosto e 30 de setembro.
“A expressão e a pose imponente de Churchill despertaram meu interesse por criar sua caricatura”, conta Manohead. “Trabalhei com o que chamo de caricatura de mutilação, removendo partes do rosto em busca de uma síntese minimalista-realista”.
Manohead integra as mostras principais do Salão desde 2008. “Representar meu estado em um evento com a dimensão do Salão de Piracicaba é uma felicidade enorme”, diz o artista, que pediu votos por meio do Facebook e com disparo de e-mail para sua lista de contatos. Sobre a campanha na internet, ele conta: “Não conseguiria levar o prêmio se não fosse pelos amigos que vestiram a camisa e fizeram esse sonho virar realidade”.
Para Eduardo Grosso, diretor do CEDHU Piracicaba (Centro Nacional de Humor Gráfico), a movimentação na plataforma on-line surpreendeu os organizadores do Salão, em virtude das campanhas feitas nas redes sociais pelos concorrentes. “A votação popular caiu no gosto do público, que sempre foi muito participativo em todas as edições do Salão.”
CONCORRENTES – Manohead concorreu com a tira de Tomás Serrano (Espanha), os cartuns de Pavel Constantin (Romênia) e Angel Boligan (México), as charges de Mohsen Asadi (Irã) e Ricardo Clement (El Salvador), as caricaturas de Lucas Leibholz, Glen Batoca e do iraniano Saeed Sadighi, além das menções na categoria Intolerância de José Antonio Costa (Brasil) e Darko Drljevic (Montenegro).
A secretária da Ação Cultural, Rosângela Camolese, explica que o Prêmio Júri Popular está previsto em lei municipal, o que assegura sua continuidade nas edições futuras do Salão. “Demos voz ao público que nos prestigia, permitindo que ele se sinta ainda mais próximo do Salão”, diz a secretária.
TRAJETÓRIA – Natural de Garopaba (SC), Manohead começou a desenhar na infância. O primeiro contato profissional foi em uma usina de artes em sua cidade, onde desenhou e pintou placas para um evento cultural.
Em 2005, surgiu o interesse por caricaturas, quando ele começou a produzir trabalhos digitais. Em 2007, o artista se lançou em concursos e, no mesmo ano, ganhou três menções honrosas no Salão de Ribeirão Preto.
Hoje, aos 27 anos, Manohead é caricaturista e ilustrador freelancer. Este ano, além do Salão de Piracicaba, ele teve trabalhos selecionados no 20° Salão Internacional de Desenho para Imprensa de Porto Alegre e no 4° Salão Internacional de Humor da Amazônia.
ALCEU RIGHETTO – Corria o ano de 1974 quando um grupo de piracicabanos (jornalistas, artistas e intelectuais), atuante no cenário político e cultural da cidade, estava inconformado com a Ditadura Militar. Em busca de algo novo para os festejos do aniversário de Piracicaba, eles conseguiram a adesão da turma do Pasquim e de outros nomes do humor.
Righetto pertencia ao grupo de idealizadores do Salão em 1974 e quatro anos depois assumiu a recém-criada Secretaria da Ação Cultural de Piracicaba, trabalhando em prol do crescimento do evento na cidade. Jornalista, radialista e educador com mais de 30 anos de atuação na rede estadual de ensino, ele morreu em 17 de junho de 2008, aos 70 anos.
O SALÃO – O Salão de Humor promove em 2012 a maior mostra na história do evento. São 436 obras, divididas em 100 cartuns, 89 caricaturas, 76 charges, 78 tiras, oito peças tridimensionais e 85 trabalhos com o tema intolerância produzidos por artistas de todos os estados brasileiros e 64 países. Os trabalhos estão em cartaz no Engenho Central, com visitas gratuitas de terça a quinta-feira, das 14h às 18h, e sextas, sábados, domingos e feriados, das 10h às 21h. A realização é da Prefeitura do Município de Piracicaba, por meio da Secretaria da Ação Cultural e do CEDHU Piracicaba.
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