terça-feira, 3 de novembro de 2009
Andreas Kisser, o guitarrista do Sepultura
Por: Renato César Ribeiro
Foto: Renato César Ribeiro
A noite da terça-feira, 13 de outubro, foi emocionante para os fãs de metal de Joinville. Um dos maiores guitarristas do Brasil, Andreas Kisser do Sepultura ministrou um workshop a partir das 19h30min no segundo andar do Shopping Cidade das Flores. O músico respondeu a várias perguntas do público, tocou bastante guitarra e até mostrou seus dotes no violão. Mas, a platéia ficou extasiada mesmo quando Kisser finalizou o evento tocando talvez o maior sucesso de sua banda: “Territory”.
Andreas Kisser desceu do palco somente às 22 horas, quando o shopping já estava fechando. Atendeu pacientemente todos os fãs que se enfileiraram para trocar algumas palavras, pegar um autógrafo e bater uma foto ao lado do ídolo. Só depois de 40 minutos ao lado dos adoradores do Sepultura é que ele atendeu à nossa reportagem. O workshop foi uma realização da Graves & Agudos, com o apoio da Musical Joinville, Meteoro Amplifier e AGT Neto Stenger. Ele também passou por Blumenau no dia 14. Confira um trecho da nossa conversa.
O Sepultura entrou naquela fase em que a banda começa a ter várias gerações de fãs. Como você vê isso?
Acho que é bem característico do rock. Eu mesmo tenho 41 anos, nasci em 1968, quando estava nascendo o Black Sabbath, o Led Zeppelin... Eu não acompanhei exatamente quando estava acontecendo, mas vi depois. E isso me acompanha até agora. Black Sabbath é uma das minhas bases, (assim como) Led Zeppelin e Deep Purple. Acho natural. É legal ver o Sepultura inspirando gerações novas a fazer esse tipo de som, vindo de um país como o Brasil, onde é uma coisa mais difícil. Você vê isso nos shows do Motorhead, Black Sabbath... É uma coisa que vai de pai para filho.
O Sepultura está com o baterista novo (Jean Dolabella) desde que o Igor Cavalera saiu. Esse músico diferente e também o Derrick Green (vocalista). Como é estar com esses integrantes?
Diferente é diferente (abre um sorriso). Cada um tem sua característica, o seu estilo. Eu sempre procurei respeitar isso. Ao invés do nome, daquela coisa “Sepultura”. Como eu disse no workshop, o Sepultura é uma coisa mutante. Vive mudando, como cada um de nós. A gente vai crescendo, conhecendo coisas novas. Um casa, o outro tem filho... então, são experiências que acontecem e na música é a mesma coisa. Isso é natural e tem que fazer o que se gosta mesmo. É o que você está sentindo na hora. Acho que o Sepultura manteve isso. O Derrick veio com uma característica diferente. A gente não estava procurando um clone do Max. E a mesma coisa com o Jean. O Jean é um dos maiores músicos que já conheci na minha vida. É um baterista fantástico. Um cara que tem uma cabeça muito boa. Um cara mais jovem, que traz uma energia nova. É sorte, sei lá... (risos). Cai um cara desses na hora que a gente precisa. O Igor já estava meio fora da banda um tempo, vendo outras coisas. O Jean veio com toda vontade, toda força do mundo e está fazendo um trabalho espetacular.
Você como guitarrista faz muitas apresentações no mundo pop. Tanto com Júnior (ex-Sandy & Júnior) quanto com Paralamas do Sucesso. Como que é isso?
Acho legal. É uma admiração mútua. Independente do estilo. A gente por ser músico conhece muita gente. Vai cruzando, vai esbarrando nas festas, em shows etc. E música não tem limite, não tem fronteira. A gente está sempre tendo essa comunicação. Eu participei do disco do Chitãozinho & Xororó agora que está aí. Fiz um som com o Hudson (da dupla Edson & Hudson) que está fazendo um som rock. Eu me sinto super honrado de ao mesmo tempo representar a parte heavy metal do Brasil, que ainda sofre muito preconceito, e ter essa liberdade de colocar as minhas ideias, de estilos. É sempre uma grande escola. Você está sempre aprendendo. De conhecer o músico. De entender porque que faz o que faz. Essa influência é muito boa. E aí surgem amizades e outras ideias. É fantástico. É só coisa positiva.
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