segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Caminhada dentro da mata é trekking


Praticar exercício físico, tornar seu corpo mais saudável, encontrar belas paisagens e fugir da selva de pedra urbana com amigos. Isso é um pouco do que uma pessoa com ligeiro espírito de aventura consegue quando pratica o trekking.

Por: Renato César Ribeiro
Fotos: Arquivo Pessoal

Um dos fãs da caminhada em meio à mata em Jaraguá do Sul é Geferson da Silva. Com 33 anos de idade, ele passa praticamente todo final de semana em algum esporte de aventura, como rafting e moutain bike. Mais ou menos, uma vez por mês ele se dedica ao trekking. “É uma caminhada em trilhas, em contato com a natureza”, define. Mas a atividade não é somente colocar qualquer roupa e sair floresta adentro sem saber para onde está indo sem preparação nenhuma.

O trekking exige preparação que inclui escolher o local interessante, planejar o tempo de duração da caminhada, e, com essas informações, dimensionar o quanto levar de água e alimento. “Alimento nem sempre é necessário, pois às vezes o trajeto é curto. Mas água é sempre bom levar”, ensina Geferson.

Na etapa de escolha do local, Geferson recebe dicas de várias pessoas, procura na internet e acontece também de ele passar em algum lugar e gostar. Nesse último caso, conseguir informações de moradores locais é crucial. “Tem uma coisa que é bem importante: sempre deixe alguém sabendo aonde você vai, caso ocorra algum imprevisto, já sabem por onde começar a procurar”, alerta.

De acordo com Geferson, um dos locais mais acessíveis para quem vive em Jaraguá do Sul é o Morro das Antenas. São 11 quilômetros de subida, o que garante cerca de três horas de trekking. Existe também a trilha do Pico Jaraguá, nela são duas horas e meia de aventura. Um lugar que é “bem tranquilo e sinalizado” é a Rota das Cachoeiras, em Corupá, que proporciona cerca de duas horas.

Um dos caminhos mais longos percorridos por Geferson é a Estrada Velha, em São Bento do Sul. Neste caso, um carro os levou até o alto do trajeto e os esperou na chegada no pé. Esse trekking durou cinco horas e meia. Ele gosta de viajar para praticar o esporte também. Já foi a Gramado no Parque da Ferradura. “É muito bonito lá. Tem cânions com 400 metros de altura. Você olha para baixo e vê aquele precipício”, afirma.

Na hora do planejamento, o aventureiro analisa a geografia do local, para ver se o trajeto é plano, se tem muita subida, se passa por mata muito fechada, ou ainda se atravessa algum rio. “Tudo isso influencia. São fatores que levam mais tempo”, cita. Entre os equipamentos necessários para carregar estão o kit de primeiros socorros e uma lanterna. “Você nunca sabe... pode demorar mais que o planejado, se acontecer algum imprevisto”, conta.

Geferson faz o trekking junto à namorada Monalisa Maurissens e a um grupo de amigos. Ele atenta para o tipo de roupa que se usa também, que não sejam apertadas para dar mais mobilidade. “Pode ser uma bermuda, que não seja abaixo do joelho, ou calça mais larga, caso faça frio”, diz.

O calçado deve ser apropriado também. “Tem gente que vai descalço. E depois se pisa numa pedra e se machuca no meio do mato?”, interroga. Segundo Geferson, já existem botas especiais a preços acessíveis como R$ 100,00. O equipamento ideal ainda conta com uma mochila para deixar as mãos livres.

A consciência ambiental também faz parte desse esporte. Geferson conta que encontra muito lixo em suas caminhadas. Ele e seu grupo acabam servindo de coletores, pois recolhem os pacotes e restos encontrados para manter a natureza preservada. “O que custa a pessoa fazer o seu lanche e colocar novamente na mochila para trazer de volta?”, questiona.

Se você gostou da ideia do trekking, mas está com medo de começar, a dica de Geferson é iniciar aos poucos com caminhadas dentro da cidade mesmo. “Aos poucos, a pessoa quer fugir do concreto e seguir para outros locais com mais contato com a natureza”, afirma.

Canyoning, uma outra forma de trekking

Para quem já está firme no trekking e deseja mais aventura, a dica de Geferson da Silva é o canyoning, de uma forma mais clara: o trekking dentro do rio. “Eu fiz em Doutor Pedrinho (SC), foram quatro horas dentro da água. Tem horas que você faz rapel e salto dentro do poço”, conta. Nesse caso, o mais seguro é entrar em contato com uma empresa especializada que fornece todo o equipamento de proteção, como capacete e colete salva-vida.

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