segunda-feira, 27 de julho de 2009

Lixo é problema sério


Hoje em dia, a maioria das pessoas já sabe o que é coleta seletiva e reciclagem. Sabe-se da importância de reaproveitar materiais. Mas isso ainda não se tornou uma prática normal para milhares de brasileiros. O que falta? E o que fazer?

Por: Renato César Ribeiro

A preocupação ambiental é cada vez mais flagrante em todo o planeta. Já é conhecimento universal que é importante separar o que é do que não é reciclável. Mas muita gente ainda resiste. Por isso, no Rio de Janeiro, em 1991, surgiu a Recicloteca, que é um Centro de Informações sobre Resíduos Sólidos e Meio Ambiente.

Criado pela ONG Ecomarapendi e patrocinado pela Ambev, o projeto pesquisa, organiza e difunde informações sobre as questões ambientais, com ênfase na redução, reaproveitamento e reciclagem do lixo. A Recicloteca é uma das organizações pensantes do Brasil na preocupação com o meio ambiente.

Eduardo Bernhardt, consultor da Associação Ecológica Ecomarapendi e da equipe da Recicloteca, avalia que a reciclagem virou uma jogada de marketing: “Isso a tornou pouco direcionada à questão ambiental e muito à do lucro”. É por isso que ele vê “de maneira angustiante e pouco esperançosa” essa causa no País.

Diminua o lixo

Porém a reciclagem é um ato útil sim. “A reciclagem é útil, pois na maioria dos casos ajuda a diminuir a quantidade de lixo nos lixões, poupa energia elétrica, água e gera emprego e renda. Mas sob o aspecto ambiental ela não é tão importante quanto reduzir a quantidade de lixo na fonte e reaproveitar o que se puder”, explica Bernhardt.

Ele complementa que diminuir a quantidade de lixo que geramos é a maneira mais rápida, fácil, eficiente e inteligente de se minimizar os problemas sociais, ambientais e econômicos. “Qualquer um pode praticar a redução escolhendo os produtos que venham com menos embalagem ou mesmo sem embalagem nenhuma”, complementa.

Ações em Santa Catarina

Não é só no Rio de Janeiro que existe a preocupação com a coleta seletiva. Nos dias 21 e 22 de março, mais de 50 barcos participaram do Velejando pela Copa Verde, uma regata que reuniu dicas e mensagens ecológicas, na Lagos da Conceição em Florianópolis. Em Balneário Camboriú, alunos do Maternal do Núcleo de Educação Infantil Anjo da Guarda se mobilizaram no Dia do Consumidor Consciente, 13 de março. “A natureza está pronta a nos ajudar desde que façamos a nossa parte”, afirmou Ana Paula Ramos, coordenadora de Balneário Camboriú.

A empresa responsável pela coleta seletiva de lixo em algumas das principais cidades catarinenses é a Ambiental (ex-Engepasa). Em municípios como Itajaí, Jaraguá do Sul, Joinville e São Francisco do Sul (SFS) esse trabalho é realizado. Paulo Eduardo, gerente da Ambiental de SFS, explica que no seu caso, o coletado é doado à Aecar (Associação Ecológica de Catadores de Materiais Recicláveis de São Francisco do Sul.

Naquela cidade litorânea, são coletados em torno de 35 toneladas de lixo seletivo por mês, montante que a Aecar vende e divide a renda entre seus cooperados. Paulo confirma que esses trabalhadores têm reclamado do baixo valor oferecido, o que tem feito com que muitos migrem para outras atividades.

Sobre uma resolução da questão, Paulo tem sua posição bem clara: “Não há solução mágica que possa resolver o problema. A meu ver, é preciso conscientização e empenho de todos neste sentido”.

Caminho para a solução

Para Eduardo Bernhardt, um avanço na questão ambiental seria a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que tramita em Brasília há cerca de 15 anos. “Mesmo que ela saia com falhas, pode ser usada como um marco regulatório para que estados e municípios ajam em uníssono especialmente para que o lixo seja tratado sob a luz de um plano de gerenciamento de resíduos e não como uma obra ou serviço municipal comum”, opina.

A partir disso, educação, políticas públicas e envolvimento dos empresários deixam de serem ações pontuais, desencontradas e temporárias para realmente fazerem parte da solução. “O lixo é um problema sério demais pra ser tratado como apenas mais uma responsabilidade humana”, alerta Eduardo Bernhardt.

Ações práticas

Sacolas: O uso de sacolas retornáveis em detrimento às sacolas plásticas é uma forma de diminuir a quantidade deste tipo de resíduo.

Mate, guaraná natural e sucos: prefira os que vem concentrados. Pode-se reduzir o volume e peso do lixo oriundo destas bebidas em até 80% escolhendo as bebidas concentradas, que, aliás, acabam custando menos.

Amaciante de roupas: em alguns lugares já existe a versão concentrada em embalagem de 500 ml que rende o mesmo que uma embalagem de 2 litros. Redução de 75 % no volume e peso deste resíduo.

Leite: o leite de saquinho é mais saudável que o leite em embalagem longa vida. O saquinho não só é mais leve e menos volumoso que a caixa longa vida, como poderá ser totalmente reciclado. Da longa vida geralmente se recupera apenas o papel. O resto é jogado fora.

Sardinha: evite comprar aquele tipo que vem numa lata envolvida com um plástico ou caixinha de papelão.

Frios: evite comprar os que vem em bandeja de isopor. O isopor não protege nada, é pura estética. Vira um resíduo que dificilmente será reciclado. Peça para colocar seus frios fatiados em um saquinho de plástico. Dá no mesmo pra consumidor.

Filtro de Café: evite os filtros de papel, descartáveis. Prefira um filtro de café permanente, aquele que tem uma telinha bem fina, que é lavável e será usado inúmeras vezes.

Biscoitos: prefira as embalagens convencionais, evitando as que trazem os biscoitos duplamente embalados, ou seja, saco dentro do saco.

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Como reciclar e fazer a coleta seletiva?

Bernhardt esclarece que “em primeiro lugar é preciso saber quem vai receber o material reciclável. A seguir é só separar os materiais que serão recolhidos ou levados a esse lugar. É fundamental que os materiais estejam limpos e secos”. Algumas ações simples, além de serem benéficas para o meio ambiente, geram economia de dinheiro. “Não é raro que produtos com mais embalagem sejam mais caros”, avisa.

O problema da reciclagem atualmente é o baixo preço do material para os catadores e cooperativas. Também tem a dificuldade que as pessoas normalmente não lavam as peças antes. “Isso reduz o valor do material e expõe essas pessoas a doenças”, alerta o membro da equipe da Recicloteca.

Não recicláveis

De acordo com Eduardo Bernhardt quase tudo é reciclável. O problema é que para devidos materiais não existe a tecnologia ou não é economicamente viável, como por exemplo da segunda situação, o caso do poliestireno expandido, conhecido popularmente como isopor. De modo geral, o que hoje não precisa ser parte da coleta seletiva é:

Papéis não recicláveis:
- Papéis e plásticos compostos, especialmente os que venham com um lado aluminizado;
- Papel higiênico, guardanapo e toalhas de papel usadas;
- Papel sujo;
- Papel carbono, laminado e vegetal;
- Celofane.

Plásticos não recicláveis:
- Espuma, isopor e adesivo;
- Fraldas descartáveis.

Metais não recicláveis:
- Latas de aerossol, inseticida e tinta.

Pilhas, baterias e lâmpadas podem ser recicladas, mas na prática não há iniciativas de fazê-lo em larga escala.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O biógrafo do mago


O escritor Fernando Morais passou por Joinville no dia 26 de março para divulgar sua mais recente obra: “O Mago”, sobre Paulo Coelho. Antes de participar do Happy Art, no shopping Mueller, o biógrafo do mago conversou com a revista Nossa.

Por: Renato César Ribeiro
Foto: Renato César Ribeiro

Revista Nossa: Como é sua relação com o Paulo Coelho? Como você conseguiu pegar tantas informações para o livro?

Fernando Morais: Eu não conhecia o Paulo há cinco anos quando eu tive a ideia de fazer a biografia dele. Tinha lido só os dois primeiros livros, o “Diário de um Mago” e “O Alquimista”, e, para minha surpresa, ele topou. Ele disse que já tinha recusado mais de 30 convites de autores europeus e norte-americanos. E, sobretudo, manteve a disposição de aceitar que eu fizesse o livro mesmo depois que ele soube que não leria os originais. Ele só leria o livro impresso junto com mais 100 mil leitores. Entre trabalhos e entrevistas, eu fiquei meses grudado nele de 8 horas da manhã a meia noite. Depois voltei para o Brasil e fiz mais de cem entrevistas com pessoas que gravitaram na órbita dele: amigos, inimigos, namorada, o médico que deu choque elétrico nele no hospício, o tira que o torturou na cadeia, enfim, todo mundo. Todo mundo que eu pude identificar e localizar eu ouvi. Levantei documentos nos órgãos de segurança, levantei habeas data na Abin, com todos os registros que tinha de Dops e Doi-Codi. Com essa maçaroca na mão, sentei e escrevi.

RN: Como é o trabalho de você pegar tanta informação e parar para escrever?

FM: O computador ajuda muito hoje. Lembro, quando eu fiz um dos meus primeiros livros, dos japoneses, “Corações Sujos”, eu grudava fotos de todos os personagens na parede do escritório para me organizar. Fazia organogramas: aqui é o núcleo de fulano de tal, aqui é a família, aqui é isso... E cortar, colar, juntar porcariada de papel... Hoje acabou isso. Você tem programas para organizar a maçaroca que você levantou. Então, o meu irmão caçula, que entende de computador, criou para mim um programa para poder organizar tudo. Então na hora que eu digitava, por exemplo, “droga” ele indicava onde tinha referências. Isso facilita muito as coisas. Mas não substitui o esforço de escrever bem, de reescrever mil vezes o que for o parágrafo até ficar elegante.

RN: Você fez também o livro da Olga e de Assis Chateubriand. São personagens que já morreram. Como que é você fazer um texto de alguém que está vivo?

FM: Tem vantagens e desvantagens. A vantagem é que nada substitui o olhar do autor. Para fazer Olga e Chatô, todas as informações eram de segunda mão, às vezes de terceira, quarta mão. Poder ver o personagem, nem que seja por um dia, uma hora, sei lá, enriquece muito, facilita muito o trabalho do autor. Mas tem uma desvantagem que te traz conflitos éticos. Eu, por exemplo, às vezes na hora que eu estava escrevendo, ficava em dúvida se punha ou não determinada informação. Eu pensava: será que é eticamente correto eu publicar um negócio escandaloso desse? Um cara que está sendo tão generoso comigo, está abrindo a casa dele para mim, está abrindo a alma para mim... Então tem problema sim. Eu prefiro morto. Agora que eu experimentei as duas alternativas, morto é melhor.

RN: Você chegou a podar mesmo alguma parte?

FM: Não. Esse conflito acabou no dia em que minha mulher disse para mim o seguinte: Você está ameaçando transferir para o seu leitor uma censura que o Paulo não te pediu. Em nenhum momento ele me falou “olha, não fala de sexo, não fala de droga, ou não fala de satanismo, ou não fala de hospício”. Não pediu nada. Então porque que eu ia impedir o leitor de ter acesso à informação se ele, que era o grande prejudicado pela revelação, não pediu.

RN: Esse seu biografado é o mais amplo de temas em relação aos outros...

FM: É, porque o Paulo viveu tudo, foi tudo, foi cristão, foi satanista, o Paulo foi drogado, experimentou tudo que é tipo de droga, foi rockeiro, jornalista, dramaturgo, o Paulo foi executivo de multinacional. Então é uma variedade de atividades que enriquece muito o personagem.

RN: Você estava fazendo a biografia de alguém muito famoso. Consequentemente tem a certeza de sucesso...

FM: Não, ninguém tem certeza de sucesso. Claro que o Paulo é um personagem muito importante e, sobretudo, como é um livro muito revelador, eu imaginava que fosse ter um bom desempenho. Eu não imaginava que fosse dar no que deu, ser publicado em 40 e tantos países e tal. Mas é a mesma coisa, não muda não. Eu faço todos os livros com o mesmo empenho, sempre procurando fazer o melhor.

RN: Com tanta informação, como é que você sabe por onde começar o livro?

FM: É uma coisa curiosa. O tempo todo eu fiquei imaginando como começar esse livro. Cada vez que aparecia uma história forte, dramática, eu falava “vou usar essa história para abrir e depois usar um flashback”. Aí eu acabei chegando à seguinte conclusão: eu preciso contar para o leitor nas primeiras páginas porque que eu me interessei, porque tive a curiosidade de escrever sobre esse cara, então eu preciso dar um retrato, um instantâneo do Paulo Coelho hoje. Então, eu pego ele no aeroporto sem que eu apareça e vou contando, conto ele com o público, em casa, no hotel, com a mulher, com os fãs, ele flertando com a moça na rua, príncipes assediando ele, sheiks, mulheres do mundo inteiro, celebridades, Bill Clinton, Julia Roberts, Vladimir Putin, todo mundo ali. Para quê? Para dizer para o leitor o seguinte: Agora você vai saber quem é esse cara, porque que ele é o que é hoje, porque ele é isso. Aí eu mergulho na vida dele.

RN: O Paulo Coelho mesmo já falou que baixa arquivos na internet porque fazem cópias dos livros dele. Qual a sua relação com essa questão da pirataria?

FM: Eu não concordo com o Paulo. Eu sou muito cioso de direito autoral. Porque só teria sentido você abrir mão de direitos autorais se todo mundo abrisse. Eu pago para ler outros livros, pago para ouvir música, para ver televisão, ir ao cinema. Porque as pessoas terão de ler aquilo que é fruto do meu trabalho sem pagar? Eu me lembro que em Cuba, no começo da revolução, não tinha direito autoral. Eles se inspiraram na União Soviética e na China baseado num princípio que dizia que todo conhecimento é propriedade da humanidade. O seu conhecimento, que você sabe, o que te levou a ter o conhecimento que você tem, foi o desenvolvimento da humanidade ao longo dos tempos. Portanto, isso não pode ser propriedade sua. Isso é propriedade coletiva. Aí tudo bem, se for assim eu topo. Agora, tem que ser para todo mundo. Não pode ser só para autor.

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RN: Como é você escritor escrever sobre outro escritor?

FM: No caso do Paulo, foi uma vantagem o fato de ele ser escritor. Tem um pouco da sensibilidade que ele tem para isso. Para a atividade da gente. Mas ajudou também o fato de a gente ser contemporâneo, de a gente ter mais ou menos a mesma idade. Então, quando ele falava de 1968, ele estava fazendo isso e aquilo, eu me lembro que eu estava de um lado, ele estava do outro. Mas facilita, dá mais familiaridade ao escritor.

RN: Como é o trabalho de você pegar tanta informação e parar para escrever?

FM: O computador ajuda muito hoje. Porque eu me lembro que para os meus primeiros livros, eu grudava as coisas na parede do escritório. Lembro, quando eu fiz o livro dos japoneses, “Corações Sujos”, eu grudava fotos de todos os personagens na parede do escritório para me organizar. Fazia organogramas: aqui é o núcleo de fulano de tal, aqui é a família, aqui é isso... E cortar, colar, juntar porcariada de papel... Hoje acabou isso. Você tem programas para organizar a maçaroca que você levantou. Então, o meu irmão caçula, que entende de computador, criou para mim um programa, para o livro do Paulo, para poder organizar tudo. Então na hora que eu digitava, por exemplo, “droga” ele indicava “tem referência à droga na entrevista tal, na entrevista tal tem um áudio onde o Paulo fala de droga, tem a ficha policial dele”. Então, isso facilita muito as coisas. Mas isso não substitui o esforço de escrever bem, de reescrever mil vezes o que for o parágrafo até ficar elegante.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Cuidados para as mulheres


No último dia 8 de março, foi comemorado o Dia Internacional da Mulher. A saúde tem sido uma das maiores preocupações femininas atualmente. O que se pode fazer para ter melhor qualidade de vida?

Por: Renato César Ribeiro

De acordo com a professora doutora Elisete Navas Sanches Próspero, coordenadora do Mestrado em Saúde e Gestão do Trabalho da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), o câncer de colo uterino é a segunda causa de morte em mulheres no Brasil, um exame simples e acessível pode detectar no início esta doença, com chance de quase 100% de cura.

O exame preventivo de câncer de colo uterino e de mamas é realizado nos serviços de saúde das cidades. Elisete destaca também que é necessário um cuidado especial com as gestantes, que inclui as ações de atenção pré-natal para o nascimento de um filho saudável.

Em pesquisa, de 2003, do Ministério da Saúde, constatou-se a ocorrência maior de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e câncer, nas mulheres do que nos homens. Desta estatística, Elisete entende que isso não signifique que necessariamente elas adoeçam mais, como cuidam da família, têm mais familiaridade com os serviços de saúde, diagnosticam e procuram tratamento mais cedo.

Estas doenças podem ser evitadas com mudanças de hábitos alimentares, nas atividades físicas e no uso de bebidas alcoólicas e fumo. Por isso, Elisete aponta as seguintes dicas, amplamente divulgadas pelo Ministério da Saúde, para as mulheres:

1 - Ingerir um mínimo de cinco porções de frutas e verduras diariamente. Uma dieta com grande quantidade de frutas, legumes e verduras pode prevenir muitos casos de câncer e de doenças cardiovasculares.

2 - Evitar alimentos gordurosos e doces. Uma alimentação rica em gorduras e pobre em frutas, legumes e verduras está associada ao aparecimento de doenças do coração, câncer, hipertensão arterial e diabetes mellitus.

3 - Praticar atividade física, o que contribui para o não aparecimento de doenças. Abrange as atividades do dia-a-dia, trabalho lazer, e práticas de exercícios físicos, dentre eles, a caminhada de 30 minutos todos os dias é o suficiente.

4 - Evitar bebidas alcoólicas, que são responsáveis pelo aumento das doenças associadas a violência, suicídio e acidentes de trânsito, causar dependência química e outros problemas de saúde como demência, doenças do coração, hipertensão arterial, certos tipos de cânceres e graves efeitos em mulheres grávidas e seus bebês.

5- Não fumar. Aumenta o risco de mortes prematuras e limitações físicas por doenças do coração, hipertensão arterial, acidente vascular encefálico, bronquite, enfisema e câncer e, ainda graves efeitos em mulheres grávidas e seus bebês.

6- Evitar a obesidade. Também considerada doença crônica, é muito grave, pois é responsável por diversas doenças e envolve fatores sociais, comportamentais, ambientais, culturais, psicológicos, metabólicos e genéticos que pode ser causado pelo excesso de consumo de calorias e/ou inatividade física e de difícil controle.

Prevenção sexual é outra tônica

A enfermeira responsável do Núcleo de Atenção à Mulher de Balneário Camboriú, Dalni Zeontina Pereira, avalia que uma das maiores preocupações da mulher hoje são as doenças sexualmente transmissíveis. “Não se sabe mais quem tem o vírus HIV”, alerta. Por isso, esses males têm crescido entre a população feminina. Neste quesito, o melhor remédio continua sendo a prevenção: usar camisinha.

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Acompanhamento médico

Diversos distúrbios são mais comuns em mulheres, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico e osteoporose. O mesmo ocorre com algumas doenças crônicas, entre elas estão diabetes, hipertensão, reumatismo e dor na coluna. Para não ver pequenos embaraços se transformarem em grandes problemas, o ideal é ir periodicamente ao médico para checar se está tudo bem. Caso algo seja descoberto, o diagnóstico precoce proporciona maior efetividade no combate.


Programação neurolinguística

Nem sempre, a mulher moderna consegue dar conta dos vários papéis que cumpre, ou, mesmo conseguindo acaba se sentindo cansada, estressada e desmotivada. Existem diversas formas de resolver isso. Uma delas é dada em cursos de Programação Neurolinguística. Segundo Anita Rebeca Fischer, orientadora da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguistica (SBPNL), através de técnicas é possível detectar os motivos das dificuldades da mulher, como a insegurança ou baixo auto-estima, e a partir disso trabalhar com a substituição das crenças conflitantes, que são inconscientes, e o fortalecimento das qualidades.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Funcionalidade e sustentabilidade


Com o mesmo nome, mas de grafias diferentes, Raphaela Nascimento e Rafaella Macedo formam a RR Arquitetura. Seus projetos são minimalistas, funcionais e aliam elementos naturais, consciência social e aproveitamento de espaços à personalização e diferenciação de cada cliente.

Por: Renato César Ribeiro
Foto: Acervo Pessoal

Estamos em uma cafeteria no centro de Joinville. Uma loira e uma morena estão na minha frente do outro lado da mesa. O calor é insuportável. Elas pedem sucos de laranja, já eu me abstenho a ficar com uma água. A união delas é tamanha, que o combinado inicial era falarmos do trabalho de uma delas, mas Raphaela Nascimento revela que seria impossível comentar de seus projetos sem sua sócia e amiga Rafaella Macedo.

Assim são elas. Estudaram juntas no Ensino Médio, fizeram faculdade na mesma época na Unerj (Centro Universitário de Jaraguá do Sul) e estão há três anos com a parceria na RR Arquitetura. Com um escritório no Centro Comercial Joinville, bloco A, sala 1108 (Avenida Juscelino Kubitschek, Centro, Joinville), elas recebem mais solicitações naquela cidade, mas já tiveram projetos em Balneário Camboriú e Florianópolis. Estão prontas para atuar em qualquer localidade da região.

Atualmente, o escritório é focado em design de interiores, mas também realiza projetos de arquitetura residencial e comercial, incluindo aí toda a parte civil, de construção, fachada etc. Entretanto, a maior procura hoje é para completar um ambiente com mobiliário, iluminação, entre outras ações internas. São tantos trabalhos feitos e tão diversos que não conseguem contar. “São diferentes projetos, não tem como calcular”, afirma Raphaela.

Pergunto a respeito de quais tendências seguem. Rafaella fala sem pensar duas vezes: “O nosso gosto preferencial é por projetos minimalistas, livre de adornos e ornamentações. São mais funcionais”. Raphaela Nascimento complementa que elas gostam da mistura de materiais e elementos naturais. Aos clientes, elas fazem uma proposta e tratam de aproximar ao que a pessoa quer. “É isso que dá personalidade. Faz com que os projetos não sejam iguais”, diz Nascimento.

O calor continua. Eu estou na metade da minha água. Cada uma bebeu todo o seu respectivo copo e Rafaella Macedo pede mais um. A respeito das cores, ela mesma continua: “Gostamos de branco e preto, desde a pintura das paredes até os móveis”. Sua amiga e sócia complementa que também preferem cores neutras.

A palavra que pode definir o estilo da RR Arquitetura é funcionalidade. A questão é que, cada vez mais, os espaços ficam menores e as famílias não têm tempo. Por isso, a intenção é integrar ambientes para uma melhor qualidade de vida. “Tudo tem que ter utilidade”, cita Raphaela Nascimento. Isso sem contar, é claro, com peças especiais de decoração, como um quadro querido ou algum outro diferencial.

“O que não pode faltar em um projeto de vocês?”, pergunto. “Acho muito legal aparecer a personalidade da pessoa. Ter uma peça de destaque, como um quadro de dez anos que é a cara do cliente”, responde, com certeza do que diz, Raphaela Nascimento. Sua sócia completa que isso pode servir até como ponto de partida para a elaboração do projeto.

Para elas, as pessoas estão percebendo que o arquiteto deixou de ser um profissional elitista. Hoje, elas entendem melhor a função desse ofício, cujo objetivo não é encarecer a obra. “Nós orientamos e mostramos as opções do mercado”, comenta Raphaela Nascimento.

Uma opção profissional é sempre trabalhar com elementos naturais, como a madeira de demolição. “É uma madeira velha, jogada, que voltou para a decoração”, explica Rafaella Macedo. “Além disso, é uma maneira bonita e inteligente de aproveitar esse material”, opina sua amiga e colega de arquitetura.

De acordo com Raphaela Nascimento, sustentabilidade é a palavra da década. Está ligada ao conceito de consciência social. Ela faz uma previsão: “Daqui a uns dez anos, sustentabilidade vai estar em 40% dos nossos projetos”. Isso, é claro, sem esquecer-se de unir a funcionalidade com o design. “Um misto disso faz um projeto perfeito”, conclui.

O tempo passou, mas o calor não. Terminamos nossa conversa, que aconteceu justamente na lanchonete pelo fato do ar condicionado estar sendo montado no escritório delas. A minha água já acabou, assim como o segundo suco de Rafaella Macedo. É hora de ir embora, pois as responsabilidades chamam. As duas sobem o elevador em direção ao escritório e se vão. Eu saio a caminhar pelo Centro de Joinville. Encontro um termômetro de rua marcando 33 graus em mais uma daquelas tardes quentes de verão. Minimalismo, funcionalidade e sustentabilidade para não sofrermos tanto assim com o nosso próprio planeta. Essas arquitetas parecem ter razão...